“Não há talvez maiores heróis nem exploradores mais completos do que os marinheiros que tripulam os barcos salva-vidas das costas de todos os Oceanos do Mundo. Durante as tempestades perigosas têm de estar ALERTA, para se levantarem da cama a qualquer hora e arriscarem a vida para salvar o próximo.
Muito me agrada que tantos escuteiros se dediquem às actividades marítimas e aprendendo a manobra de um barco e a arte de marinheiro, estejam também a aprender a ocupar o seu lugar no serviço da pátria como marinheiros da armada ou da marinha mercante ou como tripulantes dos salva-vidas da costa.
Um navio pode ser o céu ou o inferno – isso depende inteiramente dos que vão lá dentro. Se forem desabridos, rezingões e desmazelados, formarão uma tripulação desgraçada. Se estiverem, como os escuteiros, alegremente resolvidos a tirar o melhor partido das circunstâncias, a dar e tomar, a conservarem o navio arrumado e limpo, constituirão uma família feliz e a vida do mar será para eles um prazer.”
in Escutismo para Rapazes
A situação geográfica de Portugal, anfiteatro debruçado sobre o Atlântico, no extremo ocidental da Europa, constitui sem dúvida um dos aspetos de um condicionalismo estimulador de feitos que haviam de desenrolar-se nas águas dos Oceanos. Porém, decerto mais que tudo isso foram condições fundamentais dos êxitos que vieram a ser alcançados, as qualidades da gente portuguesa, a sua capacidade de adaptação às dificuldades de longas e penosas navegações; apta a todas as tarefas; pronta a viver no mar durante meses, animada de um espírito de aventura que confunde o entendimento.
Em 2019, estão activos 18 agrupamentos marítimos, que no seu total perfazem um efetivo de cerca 1500 elementos:
216 – São Martinho, Funchal, Madeira
217 – Sé, Funchal, Madeira
235 – Figueira da Foz, Coimbra
253 – Seixal, Setúbal
413 – Ferragudo, Algarve
692 – São Jacinto, Aveiro
797 – Nova Oeiras, Lisboa
869 – São Martinho do Porto, Lisboa
878 – Costa Nova, Aveiro
929 – Belém, Lisboa
1100 – Parque das Nações, Lisboa
1117 – Setúbal, Setúbal
1180 – Santa Cruz, Barreiro, Setúbal
1197 – São José, Ponta Delgada, Açores
1223 – Vila Franca do Campo, Açores
1319 – São Pedro, Figueira da Foz, Coimbra
1331 – Carvoeiro, Algarve
1377 – Leça da Palmeira, Porto
Assim, e como em muitos outros países do mundo, também em Portugal se está a desenvolver nos últimos anos o Escutismo Marítimo, respondendo simultaneamente à necessidade de aventura dos jovens e à procura de empenhamento por adultos interessados em diversificar as opções postas à disposição dos jovens pelo Escutismo, desenvolvendo uma salutar via de expansão para o movimento.